* Amostras não probabilísticas

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ESTUDOS ELEITORAIS, COMPORTAMENTO ELEITORAL, SONDAGENS,  VOTO

As amostragens não probabilísticas – ou seja, aquelas em que não se garante que todos os membros da população têm a mesma probabilidade (diferente de zero) de serem escolhidos para a amostra – utilizam-se em três tipos de situações:

  1. Estudos em grupos cuja dimensão real não é conhecida e em que os elementos são difíceis de identificar e contactar (por exemplo, membros de gangs juvenis, pessoas envolvidas em comportamentos desviantes);
  2. Estudos com grupos específicos cuja dimensão e constituição até podem ser conhecidas, mas que razões legais e/ou éticas impedem que se identifiquem todos os elementos desses grupos, pelo que se entrevistam apenas voluntários (por exemplo, sujeitos portadores de determinada doença);
  3. Investigações em situações piloto – (por exemplo, sujeitos que participam numa ação de formação).
As principais técnicas de amostragem não probabilística podem ser intencionais e não intencionais (ou de conveniência):
1. Amostragens intencionais
  • Amostragem Bola-de-neve – o entrevistador estabelece contacto inicial com alguns sujeitos previamente identificados como membros do grupo que se pretende estudar e estes sujeitos põem o investigador em contacto com outros membros desse grupo e assim sucessivamente (por exemplo, consumidores de drogas que indicam ao investigador outros consumidores que aceitam participar no estudo).
  • Amostragem por Quotas – Nesta situação podem utilizar-se as amostragens de conveniência ou de bola-de-neve, mas procura-se que o número de sujeitos entrevistados pertencentes a sub-grupos significativos da população (que podem ser a área geográfica, idade, sexo, estatuto socio-profissional, etc.)  corresponda à percentagem desse sub-grupo na população a estudar.  Por exemplo, se estivermos a estudar uma população de consumidores de droga e se pretendermos ter uma amostra de 1000 sujeitos utilizando uma amostragem em bola-de-neve e se soubermos que entre a população de consumidores de droga existem 60% de sujeitos do sexo masculino e 40% do sexo feminino, entrevistam-se sujeitos de cada um destes subgrupos à medida que os vamos contactando até se atingir a percentagem que foi previamente identificada para cada um deles (ou seja, até termos uma amostra com 600 homens e 400 mulheres). No caso do nosso exemplo, isso significa que logo que se consigam entrevistar 600 sujeitos do sexo masculino já não entrevistamos mais nenhum sujeitos do sexo masculino e procuramos apenas encontrar sujeitos do sexo feminino até que se atinjam os 400 sujeitos deste grupo. Embora haja uma certa analogia entre a amostragem por quotas e a amostragem aleatória estratificada elas não devem ser confundidas. No  primeiro caso (amostragem por quotas) a escolha dos sujeitos a incluir na amostra não é probabilística (vão-se entrevistando sujeitos a que se tem acesso por um processo de amostragem de conveniência ou de bola-de-neve até se atingir o valor da quota), enquanto no segundo caso a amostragem é probabilística (os membros da população são previamente identificados numa grelha de amostragem, os sujeitos a entrevistar são escolhida de forma aleatória a partir dessa grelha, só depois é que são contactados e só os sujeitos incluídos previamente na amostra é que são entrevistados).
  • Focus Grupo – Consiste na entrevista a um pequeno grupo de sujeitos -10 a 20 elementos – escolhidos pelo investigador por serem representativos de uma população particular (jovens, potenciais consumidores de um produto, membros de uma profissão, etc.).
  • Casos críticos – Analise de casos/situações representativos do comportamento a estudar (por exemplo, analisar a violência doméstica a partir de alguns casos concretos identificados e a que se tem acesso direto).
2. Amostragens não intencionais
  • Amostragem de conveniência – entrevistam-se sujeitos a que se tem acesso imediato e direto (por exemplo, estudantes de uma turma de que o investigador (ou alguém conhecido dele) é professor, doentes de um determinado serviço hospitalar onde o investigador (ou alguém conhecido dele) exerce funções, …)

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